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Arquiteto Altair de Souza no Jornal Comunicação

O arquiteto Altair de Souza concedeu uma entrevista para o Jornal Comunicação. Confira a reportagem:

CULTURA | Publicada em 25/09/11 às 13h50

O artista em cada arquiteto

O ofício diário da arquitetura coloca a importância da arte ao lado do conhecimento técnico

Reportagem PAULO FERRACIOLI
Edição OLÍVIA BALDISSERA

Pensar em arte é viajar imediatamente para o terreno da literatura, do cinema e da música. Mas um prédio ou uma construção também são arte, em especial o trabalho de alguns profissionais renomados, como Oscar Niemeyer, reconhecidos pela beleza e pelas qualidades artísticas. Deixando de lado esses ícones da profissão e retornando ao cotidiano, surge a dúvida de como o ofício diário da arquitetura influencia o trabalho artístico.

A arquitetura engloba, além do uso de conhecimento artístico, uma alta parcela de conhecimento técnico. “O campo da arquitetura é muito amplo e relaciona diversas formas de conhecimento, do artístico ao tecnológico”, explica o professor de Arquitetura da UFPR Paulo Chiesa. O arquiteto que trabalha com a organização e solução dos espaços não pode dispensar a sensibilidade artística para resolver os problemas do dia a dia. “Trabalhar com arquitetura é pensar sempre na composição e no equilíbrio, unindo técnica e arte”, resume a professora de Arquitetura Silvana Ferraro.

Além das qualidades estéticas, uma obra arquitetônica possui um diferencial: ela é utilizada diariamente por seres humanos que esperam, além de beleza, ver suas necessidades atendidas por aquela obra. Essa ligação importante é um traço característico da atividade do arquiteto que não pode ser sobreposto a outras funções. “Diz-se que a arquitetura respeita três aspectos principais: deve ser bela, duradoura e, acima de tudo, útil”, reforça Chiesa.

Como qualquer arte, a arquitetura também passa uma mensagem, um recado àqueles que a observam. “Existe sempre uma expressão: pode ser de conformidade com a realidade atual ou até mesmo de transgressão com os padrões estéticos que são vigentes na época”, comenta Silvana.

Relações com o usuário

Enquanto um músico ou um escritor produzem suas obras com total liberdade, o arquiteto tem que lidar no decorrer de todo o processo de criação com uma figura interessada diretamente na sua obra: seu cliente, que se tornará o futuro usuário daquele projeto. Respeitar as vontades do cliente é fundamental para criar uma relação saudável e que não penda demais para nenhum dos lados. “A maturidade profissional é a única maneira de estabelecer um diálogo aberto com o seu cliente”, expõe o arquiteto Altair de Souza. “Ignorar as vontades do cliente pode ser um atalho fácil, que revela um trabalho fortemente autoral, mas que despreza o usuário da obra”, completa.

As implicações do novo Conselho

Algumas medidas práticas que foram tomadas recentemente podem ajudar a valorizar o caráter artístico do trabalho do arquiteto. Em dezembro do ano passado, o governo federal aprovou a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que passa a representar os arquitetos e urbanistas no lugar do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA). A formação de um conselho distinto era um pedido antigo da categoria e pode representar a valorização do trabalho artístico do arquiteto, pois a lei que deu origem ao CAU regulamenta de maneira autônoma a maneira como os projetos dos profissionais serão registrados e terão seus direitos autorais respeitados. “Enquanto estávamos no CREA, nossas criações eram colocadas de maneira equivalente a dos engenheiros. No CAU, teremos mais facilidade em registrar nossos projetos de forma a valorizar seu aspecto artístico”, garante Souza.


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